quarta-feira, 20 de junho de 2012

O dia em que encontrei Deus em um show


Sexta-feira, 22h. Depois de uma carga de trabalho acumulada da semana, resolvi quebrar a rotina por mim mesmo. Fui a um show disposto a encontrar Deus. A expectativa era difícil de ser atingível porque já fui a tantos outros e, o que vi, foram belas vozes, espetáculos de luz, som, mas Deus? Estava longe. Por dentro eu sabia que iria vivenciar uma sensação como nunca antes. E foi essa certeza que renovou minhas forças para que eu pudesse dar de cara com o todo poderoso.

Na chegada ao espetáculo, uma multidão. Caravanas e uma fila sem fim de carros deram a certeza de que muitos também estavam ali por algo. Quando meus olhos puderam ver o cenário, o circo armado, já senti de cara que a noite seria inesquecível e foi. Fui assistir ao show do cantor Thalles.  

Negro, cabelo estiloso e de uma voz inigualável, pude ali, no meio de muitos outros, embalado pela trilha sonora de Thalles, encontrar quem realmente queria. Foi mágico. Em vários momentos alternados a pulos e gritos de êxtase, me veio o silêncio, a necessidade de encontrar dentro de mim a conexão que sempre tive com Deus. Em outros instantes, a sensação que tive é que estava em outro lugar muito distante, onde nunca pisei os pés, para naquele silêncio experimentar um pouco do encontro que ele tinha reservado só para mim.

O silêncio persiste. Um reflexo das verdades entoadas nas canções de Thalles. O show é um enredo da própria vida do cantor. Cada música foi escrita em um momento específico. Juntas, formam um desfile do que Deus é capaz de fazer na vida de alguém. O palco, para Thalles, é a sua casa. Irreverente, despojado e nada careta, o cantor consegue fazer em duas horas de espetáculo um concerto que naturalmente impregna na gente.

Nunca vou me esquecer dos gritos afinados, que, inexplicavelmente, me fizeram associar aos mesmos gritos eternizados por Janis Joplin. Não sei. O que percebi é que até os gritos tinham um propósito bem encaixado no show que seguiu o seu curso natural. Thalles bebe na Black Music, no Hip Hop e no soul do estilo de se vestir à música que canta. O cantor cumpre o seu papel ao subverter valores, quebrar tabus e levar a palavra de Deus a seu modo. Esqueçam o crente com a bíblia debaixo do braço. A nova geração de adoradores quer viver Cristo, não apenas em palavras, mas, fundamentalmente, nas atitudes.

Saí do espetáculo renovado. Não houve tumulto, briga, xingamentos e nem assaltos. Segui meu rumo. E ainda dentro de mim pulsa o desejo e a vontade de viver tudo aquilo diariamente.

Um comentário:

  1. Belo texto, ou melhor dizendo, bela experiência! Existem águas mais profundas mesmo, e de fato, mergulhar nesse amor divino, é o mais perto que cheguei do paraíso, até que ele se torne nossa casa.

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