quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Top 10: minhas frases prediletas!


1)Não queira ser compreendido. Antes, lute para ter espaço

2)Os erros também são degraus do sucesso. Ao Admití-los você se liberta e cresce

3)Não lute para ter razão sempre, mas lute para ser feliz

4)Afeto não se mede, se conquista

5)Num mundo ao avesso ser louco é mais que normal

6)Toda unanimidade é burra

7) Sinal de burrice: querer ser aceito por todo mundo

8)Ter mais que cinco amigos é um custo desnecessário

9)Homem que é homem chora e diz eu te amo

10)Pasárgada existe, fica no Irã e é pra lá que eu vou

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Gentileza gera Gentileza


O exercício da gentileza é um sacerdócio para alguns e penitência para outros. Confesso que não é nada fácil ser gentil em uma sociedade como aí está. Agradeça quando alguém lhe disser: ‘por favor e muito obrigado’. Pule de alegria se ouvir: ‘por gentileza’. Este último está cada vez mais escasso das relações sociais.

Uma das minhas tarefas diárias é conversar com muita gente pelo telefone. É daí que muitas pautas surgem. Se a grande parcela das pessoas liga para dar sugestões, outra parte da fatia está do outro lado da linha em busca de informação.

E nessa hora é preciso ter jogo de cintura. Ainda mais em meio à pauta que não vira, à pressão típica de uma redação, reuniões e tantas obrigações, às vezes, esclarecer dúvidas por telefone não é uma tarefa nada fácil. Exige paciência! Mas é incrível como a reação das pessoas muda quando o diálogo se estabelece e todas as atenções são devotas a ela. 

Muita gente ainda não confia na internet ou não se familiarizou com o meio. E por isso ainda usa o telefone para se informar. São pessoas de um tempo em que a confiança se materializava nas palavras. Que bom que essa geração ainda está por aí.

Não sou o mais gentil dos homens e nem o mais bruto deles. Respeito para ter o direito de ser respeitado. E assim ao final de toda uma dezena de ligações aprendi a dizer: ‘te agradeço’. Às vezes passo uma raiva danada com a pessoa do outro lado da linha, mas o ‘te agradeço’ não falta. E isso já me salvou. 

Certa vez fui muito mal tratado por uma assessora de imprensa. Estava à procura de dados para uma reportagem. Ela desconversou e gritou comigo. E sem eu querer saiu o ‘te agradeço’. Jamais queria ter dito aquilo, ainda mais, naquela situação. 

Minutos depois, desconcertada e com voz aveludada, a assessora retornou a ligação com todos os dados que tanto eu precisava. Eis o poder da gentileza que abre todas as portas.

Uma figura que não mais está entre nós pregou por onde andou o seguinte lema: ‘Gentileza gera Gentileza’. De traços messiânicos, cabelos compridos e corpo esguio, José Datrino se transformou no Profeta Gentileza. Ficou famoso por desenhos peculiares e palavras conclamando o respeito a todos nos viadutos do Rio de Janeiro. Chegou a ser enredo de escola de Samba. 

Li uma crônica, recentemente, sobre ele e fiquei fascinado com tamanho desprendimento. O profeta Gentileza largou tudo para propagar o respeito. Quem conviveu com o profeta diz que só uma coisa tirava José Datrino do sério: as roupas curtas das mulheres. Se ele fosse à praça Popular em Cuiabá teria um ataque. Melhor não!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A chave


Já era tarde.

Todo mundo riu, cantou, partiu.

A sala ficou vazia, mas cheia de mim.

O espelho me refletia,

O sofá quase que dizia,

O que ainda faz aqui?

Olho no olhar da fechadura,

Já nua sem sua chave a girar

Pergunto: porque deixou todos a sair?

Muda, assim permaneceu aquela

que de tão modesta e bela

se guarda com as chaves do meu coração.

Deixei muitas saírem, disse ela.

Mas um dia há de existir

uma que vai entrar para nunca mais sair.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Eleições: um período sensível para o Jornalismo


Um dos períodos mais fértil e, ao mesmo tempo, sensível para a cobertura jornalística é o eleitoral. Em busca do furo ou até da demonização do candidato x ou y se faz de um tudo. Sempre em períodos como esse me faço a mesma pergunta: O que a sociedade precisa saber sobre o jogo político vigente? Afinal, só quatro anos depois o estrago referendado nas urnas poderá ser revertido.

Quando o assunto é eleição livre, o Brasil ainda é um jovem de 23 anos que como qualquer outro está em busca de maturidade. E nessa caminhada quantos tombos o país que mais se parece um continente levou? Logo na primeira eleição pós-ditadura, o primeiro eleito sofreu impeachment. Todos os outros que se seguiram enfrentaram em seus governos denúncias de corrupção. Um dos maiores escândalos da era democrática brasileira – o mensalão – está sendo destrinchado dia após dia. E o jornalismo diante disso tudo?

A imprensa tem grande parcela na construção da maturidade das instituições e da sociedade seja como vigia seja na formação. É necessário saber qual é a função de um prefeito, vereador e as suas responsabilidades à frente dos cargos. A sociedade precisa conhecer as plataformas de governo, quais são os aliados políticos e a história de vida de cada postulante. Não adianta apenas saber se a ponte x será erguida, a estrada y construída ou se o salário do funcionalismo público será pago em dia. 

É preciso saber se o candidato tem preparo para administrar nossas cidades e, se acima de tudo, a sua biografia é digna para assumir tamanha responsabilidade por quase meia década. Quem vai fazer tudo isso? Resposta: Imprensa. São nos meios de comunicação que a maior parcela do eleitorado toma confiança antes de reforçar suas convicções. E olha que a internet bagunçou tudo e também se tornou uma fonte infindável de informação.

Mas já temos o que comemorar. Além de o processo eleitoral tupiniquim ser um dos mais modernos do planeta, uma lei advinda, justamente, dos anseios populares mudou as regras do jogo. A partir dessas eleições, nenhuma pessoa condenada em segunda instância na Justiça poderá assumir cargo eletivo. Os ditos ‘Fichas Sujas’ passarão ao largo das administrações públicas.

Mas chamo a atenção para o duelo: Jornalismo x Eleições. Como escrevi anteriormente, este período é, sobremodo, sensível para os profissionais da imprensa. Propostas absurdas caem como uma cachoeira. Presentes são enviados às redações, dinheiro brota por todo lado. E agora José? Certa vez um jornalista recebeu de um político um litro de vinho 12 anos. Ele não devolveu a garrafa. Esperto! Mandou para o gabinete do afável político outra garrafa também de vinho 12 anos. Ficou um princípio: só receba aquilo que você possa dar em troca.

Conheço profissionais que na cobertura política tendiam de forma favorável em seus textos por um candidato x. Acabaram se tornando assessores do político, só para citar. Quem ainda não consegue ser imparcial é porque não aprendeu a ser jornalista. E a sociedade sabe diferenciar o joio do trigo. É preciso lisura, ética e comprometimento. E acima de tudo atender ao compromisso primeiro da profissão: o dever de informar, apenas isso!

domingo, 12 de agosto de 2012

A invasão das onomatopeias: Salve-se quem puder!


As onomatopeias tomaram conta do catálogo da música brasileira. Não adianta tapar os ouvidos porque todas as músicas vêm com um item de fábrica infalível: os refrões-chiclete que são de cortar os pulsos. O cancioneiro popularesco é amplo, mas cito refrões de duas canções de maior sucesso no momento. É espantosa a inventividade presente nas letras: “Eu quero tchu, eu quero tcha” e “Ai ai ai, assim você mata o papai” e por aí vai.

Todas elas no top 10 das músicas mais tocadas em rádios país afora - esse estilo musical – reverbera um fenômeno social recente que é a ascensão da classe C no país. Além de eletrônicos, casas, carros, a nova classe C também é famigerada por música, dita, popular. E quanto mais no interior você estiver, mais latente é o fenômeno.

Recentemente fiz uma viagem até a divisa de Mato Grosso com o Pará, mais precisamente, à cidade de Guarantã do Norte. No trajeto, esgotei o repertório das músicas contidas no meu pendrive e decidi - conjuntamente com a minha irmã e cunhado - ouvir rádio. Foi uma tristeza! Perdi as contas de quantos tchus e tchás ouvi. Ah, não posso esquecer do fenômeno mundial da música brasileira encarnada por Teló. O “Nossa, nossa, assim você me mata” ainda não foi engavetado.

Mas será que a classe C já ouviu falar em Lenine, Elis Regina, Cartola, Gonzaguinha, Nara Leão, Tom Jobim e Vinícius de Moraes? Ela não é tão burra assim para querer só as onomatopeias. Talvez o que ainda falta é o primeiro contato com artistas de verdade que desestruturam a gente por completo em apenas um acorde. 

Lembro-me claramente do primeiro contato que tive com o repertório da Elis. Era moleque, tinha 12 anos. Naquela época já ouvia Legião Urbana, Cazuza, Titãs. Fiquei hipnotizado com a voz e a interpretação da Pimentinha. Depois de Elis, fui correndo ao trabalho do Chico Buarque, Milton Nascimento. Fui salvo das onomatopeias. Mas antes do primeiro contato, confesso que, por total ignorância, achava o trabalho desses monstros da música popular brasileira uma idiotice. Ufa!

Mas como jornalista, não dá para tapar os ouvidos e fingir que nada está acontecendo. Se o fenômeno está ali na sua cara, o seu dever é o de simplesmente registrá-lo e, ao final, procurar respostas para tanta adesão. O problema é que a imprensa também massifica e coloca muito fermento na massa, quando não deveria. 

E não há limites para o pior. A tendência é a consolidação desse tipo de repertório nos próximos anos. A saída será o consumo de músicas do circuito 'underground' lançadas por artistas seletos para públicos mais seletos ainda.

Se estivesse por aqui o trio Elis, Tom e Vinícius daria risada do cenário musical vigente que não se sustenta e, tampouco, emociona. Uma pena!

sábado, 11 de agosto de 2012

UFMT dos anos 70



A UFMT dos anos 70! Poucos blocos, mas a piscina já chamava a atenção. Na época, famílias inteiras se divertiam no parque aquático da UFMT. Piscina em casa era uma raridade na época. (Crédito da foto: Memórias Fotográficas/Ascom-UFMT)

Valor de bolso: tô fora!


Tenho feito várias reflexões nos últimos tempos. Hoje, revelo uma das minhas inquietações. Em rodas com amigos volta e meia um dispara: os valores da nossa geração não são os mesmos dos nossos pais. Outro completa: não há mais valores nos dias de hoje. 

Eu sempre defendi que existem sim valores nos nossos tempos. Eles só são diferentes dos vivenciados no passado. Por exemplo, venho de uma família em que os mais novos em respeito aos mais velhos precisam tomar a benção.  Por outro lado, conheço famílias em que tal código de convivência representa uma caretice. Tem filho que chama pai de velho ou, simplesmente, de você. Na minha família esse tipo de comportamento representa uma afronta, um gesto de desrespeito.

O problema do ‘valor’ na prática é quando ele vem imbuído de certo interesse (leia-se interesse no mau sentido da palavra). Quem nunca ouviu essa: Fulano (a) é um bom partido, tem dinheiro. Preciso conhecer aquele cara. Ele é bem próximo da pessoa que vai me dar o emprego dos sonhos. Subir na vida a qualquer preço. Eis o valor mais vigente nos dias de hoje.

No tempo dos meus pais tinha valor o homem que honrava compromissos verbais, a mulher ‘direita’ que casava virgem. O fulano que vencia na vida com o próprio esforço, suor e muito trabalho. Ultrapassados? caretas? uma tremenda besteira? Não sei. Só sei que no passado, o dinheiro também orientou e muito os valores. 

A história já nos contou uma infinidade de casamentos forçados que foram celebrados à base dos valores, das tantas pessoas que morreram por causa dos valores. Outros quebraram protocolos, como Edward VIII, por exemplo, que abdicou o trono inglês para se casar com uma socialite norte-americana recém-separada. Isso, nos anos 30!

Seguir valores, não ter valores, quebrar protocolos. Longe de escolher um ou outro, destaco aqui que está sim muito difícil a convivência em uma sociedade de valores perecíveis que, na maioria das vezes, beiram o ridículo. Considero-me um privilegiado em ter nascido na era da informação. Ual! Mas justamente nesta época em que a comunicação é facilitada por diferentes meios se tornou mais difícil de se fazer, por exemplo, novos amigos. Para se adequar às ditas ‘panelinhas’, é necessário, por exemplo,
apresentar currículo para ser ou não aprovado no grupo. Não me submeto a isso!

Ninguém confia em ninguém. As conversas são rasas, superficiais. A luz no fim do túnel é que existe exceção. Essa palavra abençoada por Deus quer dizer que, sim, tem pessoas que pensam e vivem de uma forma diferente e encaram como mais valioso no próximo o afeto, a amizade, a solidariedade e não, simplesmente, o que se cabe dentro de um bolso.