Já era tarde.
Todo mundo riu, cantou, partiu.
A sala ficou vazia, mas cheia de mim.
O espelho me refletia,
O sofá quase que dizia,
O que ainda faz aqui?
Olho no olhar da fechadura,
Já nua sem sua chave a girar
Pergunto: porque deixou todos a sair?
Muda, assim permaneceu aquela
que de tão modesta e bela
se guarda com as chaves do meu coração.
Deixei muitas saírem, disse ela.
Mas um dia há de existir
uma que vai entrar para nunca mais sair.
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